foda-se, o mundo é gay!



~ sábado, abril 12, 2003
 
[: Nada de mais:]

Seduzia sem ternura e sem paixão, nada valia a pena para se entregar totalmente a não ser seu trabalho, a que se dedicava cem por cento.
Era solitário, apesar de ter amigos, e vagava pelas ruas pensando em como seduzir sua próxima vítima, com flores, com palavras, com gestos, com atenção ou com presentes simples, era um perfeito artista. Nada era mais interessante, a não ser o trabalho, do que poder encarar estes desafios, lutar para obter as mulheres que desejava.
Depois de um tempo descobriu um certo vazio dentro dele, procurou, em vão, descobrir o que acontecia, tentou aumentar sua carga no trabalho, ler mais até freqüentou por algum tempo alguma seita religiosa.
Estas conquistas tinham perdido a graça, decidiu se encaminhar aos jogos amorosos onde poderia se entregar aos poucos, deixar que as pessoas o conhecessem de verdade, sem segredos ou mentiras.
Encontrou algo que não imaginava ser possível, um carinho real, um calor humano jamais sentido. Foi algo impressionante, ficou bestificado com o que estava perdendo, e se perguntou por que demorou tanto para fazer isto.
Suas conquistas ficaram mais fogosas, mais interessantes, vivas, reais, nada se comparava a isto. Sem dúvida estava curtindo o momento, fazendo de sua vida algo realmente extraordinário, seria lembrado e teria ao seu lado suas mulheres que de tudo sabiam.
Porém, novamente foi tomado pelo vazio.
Desesperou-se...
Por que, perguntava angustiadamente.
Onde é que estou errando?! O que faço para terminar com isso? _ se indagava.
Novamente iniciou-se a busca, como terminar com isso?
Assim é a vida cheia de buscas e nada faz sentido, pelo menos é o que achamos.

Acordou no horário normal.
Levantou-se lentamente, não queria acorda-la.
Sabia que se a acordasse certamente teria que conversar ser carinhoso, ouvir suas babaquices.
Poxa era de manhã e, como sempre, se dava ao direito de ter mal-humor, não gosta de acordar cedo, mas tinha afinal era dia de trabalhar, como o dia de ontem e o de amanhã.
E tinha mais, já não se lembrava do nome da garota ao seu lado, era mais uma de suas conquistas. Era melhor ver na carteira dela, felizmente estava dentro da bolsa dela na sala.
Mas antes ia tomar seu banho, suara a noite toda, era verão e ela tinha feito questão de dormir agarrada nele, nem tinha tido como tomar seu banho após o ato que durara horas.
Tinha que se arrumar logo, mas lembrou-se da maldita porta do guarda roupa, era mais barulhenta, sempre esquecia de por óleo na dobradiça da porta, mas fazer o que, era a vida.

Acordou com o barulho mas nada falou, não tinha o que dizer, mal o conhecia, sabia apenas o endereço dele, o nome qual era mesmo, João, Marcos, não se lembrava direito, apenas que era nome de um dos apóstolos, por isso passara a noite o chamando de “Meu apóstolo querido.”, ”Me mostra seus milagres.”, “Faça com que eu cresça por dentro.”, “Cresça dentro de mim.” e “Apostolinho.” E por aí vai.
Sabia que ele ia acordar cedo para trabalhar.
Tinha pedido para acorda-la quando fosse se levantar, e ele não tinha feito, será que era porque estava dormindo tão gostosamente que ficou com dó de acorda-la, logo pensou, mas achou melhor nada dizer e fingir que ainda dormia.

Terminou de se vestir sem fazer ruído pois ela ainda dormia, foi à sala escreveu um bilhete com seu nome e telefone pedindo para que ela ligasse e que deixasse a chave na portaria do seu prédio para que ele pegasse à noite quando voltasse do trabalho, o que faria com certeza acompanhado novamente por outra qualquer.
Abriu a bolsa dela para verificar o nome dela, Amanda, voltou e corrigiu o bilhete colocando o nome dela nele, algo que não tinha feito antes por não se lembrar do nome dela.
Guardou a carteira dentro da bolsa e deixou tudo da mesma forma que havia encontrado.
Saiu, e quando chegou na porta do elevador lembrou-se de que ela não sabia se poderia ou não fazer seu desjejum e tomar um banho por lá mesmo, mas isso era problema dela.
Desceu pelo elevador e foi-se embora para o trabalho, antes dando instrução para o porteiro de caso ela não deixasse a chave era para cobrar isso dela, que nada deveria sair do apartamento dele e que em hipótese alguma deveria dar a ela a chave novamente, apenas com ordem dele, como sempre o fazia, todas as manhãs.

Continuou fingindo até que tivesse certeza de que ele tinha saído, se vestiu, afinal não sabia onde teria toalha e nem se poderia tomar banho por lá.
Viu o bilhete em cima da mesa, guardou-o na bolsa feliz por ele ter se lembrado do nome dela e constrangida por não ter se lembrado do nome dele antes.
Abriu a geladeira e ficou na dúvida se poderia ou não tomar café da manhã lá, resolveu que o faria quando fosse para casa, afinal tinha que tomar banho e se arrumar para ir à faculdade.
Não sabia se ligaria, mas certamente o veria de novo.
Como a pedido dele deixou na portaria a chave, saiu grata pela confiança que ele depositara nela, afinal era a primeira vez que se viam e já deixara a chave com ela.

Chegando no trabalho seu amigo logo perguntou como tinha sido a noite passada, afinal ambos tinham ido ao bar tomar umas cervejas e viram duas garotas lindas, que não passavam dos vinte anos e foram conversar com elas, para ele tanto fazia qual delas ia ser a sobremesa, já seu amigo queria a loira pois tinha tara por loiras.
Ambos foram embora acompanhados do bar, como sempre.
Disse que tudo tinha ocorrido como o planejado por eles, que ela realmente era fogosa como já tinha dito mas quem não agüentou foi ela que adormeceu logo depois de tão cansada que tinha ficado, que ela era muito mais gostosa do que ambos tinham imaginado e que foi uma foda muito boa, mas não sabia se queria vê-la de novo, afinal figurinha repetida não completa álbum.
Perguntou então como tinha sido a noite de seu amigo.

Ao chegar em casa viu sua amiga e imaginou que ela tinha usado o apartamento delas para se divertir com o acompanhante dela.
Sua amiga logo pergunta como foi a noite dela.
Ela disse que tinha sido maravilhosa, que ele era carinhoso, sabia como toca-la, como faze-la sentir-se uma mulher de verdade, e que ele era muito gostoso na cama, soube leva-la com calma, sem pressa e que no final quem não agüentou foi ela mesma, tentou atracar-se com ele mas foi impedida, pois ele não tinha pressa e que quase a matou de tanto tesão, mas na hora ele apagou todo fogo que ela estava. E foi maravilhoso, disse ela, e que ele era tudo de bom, agradável, sincero e se preocupava com ela, tanto que deixou a chave do seu apartamento com ela.
E logo perguntou como tinha sido a da amiga.
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